terça-feira, 25 de março de 2014

A Flor e o Corvo


Pode a beleza da Flor, trazer sua realidade a um Corvo feliz?

_ Não espere muito de si mesmo, disse a Flor ao Corvo.
_ A natureza o faz negro para demonstrar a prisão de trevas em que vive, fadado à subsistência através da morte dos que te cercam.
 _ Ser portador de más novas, ave de agouro, portanto solitária, insistiu a flor.
_Como seria uma vida sem cor? Sem a beleza da flor? Nada reflete tão bem a verdade do amor! O nosso cheiro, a capacidade de ser reconhecida em meio a qualquer outra coisa...
_ Se pensas que sua habilidade de voar o faz especial, não se anime...
_ Estou presa ao chão, unicamente por um motivo não me movo, não preciso, todo aquele que precisa de amor se aproxima de mim, e muitas vezes nem se contém, e extasiado me leva consigo... Enfim, do que lhe serviriam as asas se sua presença é indesejável.
Sem ao menos ninguém esperar, vindo do norte uma brisa leve disfarçada de vento os surpreende, e muito sagaz espalha o maravilhoso cheiro do campo florido, enchendo suas flores de orgulho de ser o que são.

Este mesmo vento chacoalha a copa das arvores e acorda de seu sono matutino a desajeitada coruja que bate as asas de pressa evitando a tragédia do tombo.

_Tudo bem, afirma a Coruja, eu nem estava dormindo tanto assim. Sou esperta o suficiente para perceber o que está havendo aqui.
_Porque não se defende?
_Erga essa cabeça e diga quem é você!
_ Fale da precisão de seu voo, da beleza na uniformidade de sua plumagem.
_ Diga como cumpres o ciclo da vida, como és capaz de façanhas pela própria sobrevivência e de sua prole, mostre a elas seu dom, que equivale ao do homem, só você dentre todos nós compreendes essa tal de causa e efeito... O homem se gaba de ser inteligente, por quê você não pode?
_ Mostre a essas “belas” criaturas seus valores, a capacidade de amar até o fim da vida, como é fiel. Diga que és sinônimo de inteligência! Indignada estava a coruja.
_ E você? Nervosa a coruja se vira para a Flor que acompanhava desdenhosa.
_ Você acha que é bela? Pois bem vou dizer o que você é...
_ Você não é bela, a beleza está nos olhos de quem vê, para uns sim, pode ser, mas para outros um exagero de cores.
_seu cheiro pode enjoar e intoxicar alguém. Esse cheiro pode ser maravilhoso, mas só o será se quem cheira for capaz de apreciá-lo. Maravilhosa é a sensibilidade...
_ Só podemos simbolizar o amor através de você se este amor estiver em nós, é nosso e não seu! O faria com você e o faria com um ramo de capim, não importa, belo é o amor!
_ Se o homem não resiste ao te ver e a leva consigo, não passará de uma beleza morta, tão morta quanto a morte que alimenta o corvo que ofendes, que faz da morte a beleza da vida enquanto você se faz bela mas não vive o suficiente para fazer valer a pena nem a viajem, não sem o amor de quem a recebe, ele sim é beleza infindável.
_PAREM! Pela primeira vez a voz do corvo é ouvida, e surpreendentemente viaja suave vencendo a mesma brisa que outrora a confrontara.
_Não perturbem minha paz, não façam me exaltar.
_Não me digas o que és, não critiques meu revés, pois não posso revidar.
_Não importa quem eu sou se o que pensas é assim.
_Eu não tenho outra saída se não for com a própria vida defender esse jardim.
_Que seria desta  vida, o quão seria então perdida sem a beleza protegida dos girassóis atrás de mim?
Não importa o que eu sou. No fim de tudo só importa o que faço, o que represento, a minha natureza nada pode fazer contra mim, se a decisão de ser quem sou é minha.
Não diga de mim, ouça de mim, observe em mim e serei mais que merece.

                                                                                                              (David Prates 25-03-14)

quinta-feira, 20 de março de 2014

A Paz

É como sair do chão é fugir do real
Como não ser mais eu, mesmo assim natural.
Encontrar ante a mim, um reverso sem fim um prazer surreal.

Que acalma e faz bem é  semente de amor
Encontrou solo fértil que é de vida e vigor
Que será bem regada de cuidado e carinho pra alcançar esplendor

Esta paz redefine o que posso ser eu
Posso ser mais de mim
Mais sereno e enfim a tristeza morreu.


Pois agora é assim,

Ser contigo e enfim

Entregar meu amor

Sem temer sua dor

Sem a hora do fim.


(David Prates – 20/03/2014)


segunda-feira, 10 de março de 2014

A Estrada (música)

Cansei de estar aqui
Sozinho esperando amor a chance de falar
Não vou ficar sem ti
espere tô chegando pra poder te encontrar
Estou perdido em pensamentos ao lembrar do beijo seu
se estou apaixonado o que foi que me aconteceu?

Só a estrada vai poder me libertar desse vazio em mim
Trazer você de volta não dá mais pra eu viver assim
Me leva não quero ficar
vou longe pra te encontrar
Tô ligando pra avisar que esta noite quero te amar 


Me beija me usa me ama seu homem me faça
Me olha e veja você que o amor me venceu
me toca me chama de seu
me entrega teu corpo que é meu
vem correndo te levo comigo de volta pra casa. (David Prates)

Rima em tempo

O tempo momento sedento querendo você.
Correndo sabendo podendo te dar o poder.
Domando criando curando findando a dor.
Querer
comer
Beber
fazer amor          
Querer
correr
saber
poder poder.
Domar
criar
curar
findar
doer.
Amor quando finda dói.
O tempo sedento corrói.
A dor doendo impede o fazer.
O tempo curando a dor, amor reconstroi. (David Prates)

Oração

Você sente,pensa,sonha, descobre o  querer     
Voce diz que não,não sabe se não, nem como nao ter
Quando pede pra si e luta consigo nao chega ao destino
O saber nao é seu e o querer nao morreu, um desejo um menino.
O que fazes então ao se ver no caminho, os dois pés um só passo
Nao quer ser mais sozinho entregar seu carinho o amor num Abraço.
Se fizer oração e pedir esse amor o teu Deus vai te ouvir
Mas cuidado senão vai sentir sua mão, seu poder seu agir.
Conhecer seu amor ao te dar outro amor vai te fazer sorrir.
O sorriso maior que na boca não cabe
Pra sorrir dentro em ti e provar-se em si, você mesmo nem sabe.
O quao bom pode ser um amor sem sofrer um amar sem medir...
(David Prates)

Excesso de vida

O que por quanto é demais mesmo assim satisfaz
Transbordado em amor dividindo calor, neste amor se compraz.

Este amor não lhe cabe então dar para quem?
Para todo e qualquer, porque toda mulher sabe amar sem refém.
Sem prender-se aos meios, não olhar seus anseios nem sequer pra ninguém.

O transbordo é de tudo, é de alma é de dor
É excesso de vida, é excesso de luz, excesso de cor.

Esse excesso de ser, é assim, será sempre.
Ser mais um em você, pela graça e poder de gera-lo em seu ventre.

Se o zelo lhe sobra lhe faz frágil menina
Mas se o medo se forma, sobra força e transforma um poder que fascina
Te faz forte e amável, ser assim inefável na essência divina.

Se não vê como é, sempre que não souber,
Leia o verso que ensina,
encontrar no senhor o poder do amor que foi dado à mulher.

                                                                                                          David Prates