segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A chuva chora

A chuva chora

Já faz tempo foi embora
Nunca mais voltou
Ficou lá fora
E agora...
Onde está?

Meu suspiro meu viver
E tão difícil entender?
Tô tão sozinho agora

O que sobrou de mim
Já sabe que é o fim
E mesmo assim
Te quer de volta

Liga chora
Pede implora
Diz que me ama
E que vai voltar
Não demora vem agora
Tô na rua vem correndo me encontrar

Ta vazia nossa cama
O meu corpo então te chama
Vem me amar

Quem sabe a chuva chora
Onde você está?

Liga chora
Pede implora
Diz que me ama
E que vai voltar
Não demora vem agora
Tô na rua vem correndo me encontrar

Ta vazia nossa cama
O meu corpo então te chama
Vem me amar

E agora a chuva chora
E agora a chuva chora

Tô tão sozinho agora

sábado, 28 de novembro de 2015

Play

E no silêncio da play list, que transforma o mundo lá fora em um grito de nada, você se surpreende ouvindo você. Você grita consigo, enquanto se ouve e não diz nada de volta.

Não se discute com quem tem razão. Aceita o grito de dentro, enquanto sofre o frio que vem de fora, perfurando de desamor a pele já tão fria, que de gélida congela a alma, e faz do incômodo grito um sussurro brando que desaquieta, que te leva, te conduz a viajar no som do saber de si, sem viver em si.

De onde vem o dom de ser? De onde vem o que preciso saber? Quem se que sabe o que preciso conhecer? Quem irá comigo onde tenho que ir? Por que insistir em ir sozinho, por que não ter razão pra percorrer a dois este caminho?

Por quê fazer questão do lamento se só lamenta introspecção... Por quê gritar pra dentro, se não vai ouvir, se a próxima música vai te entorpecer e te mergulhar na expectativa de ouvir Bethânia te ensinar da dor, ou achar que Cartola vai te dizer da marotice do amor, ou se na batida de um bolero vai queimar esse calor, pra me tirar do transe de ser, no afã de sem querer dar replay na angústia de se dar ao prazer, prazer de sofrer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Lussanti

    Do riso fácil da alegria edificada, surge a lágrima sincera do coração ferido. Transformando a dor em arte e construindo nela o próprio amor, o amor próprio de quem sabe amar, aliás de quem é só de amor. Amor que de conta gotas enche o mar, que de sopro em sopro movimenta o ar.

    O mesmo mar que embala seus devaneios,  e nas velas que impulsionam seus caminhos o mesmo vento direciona. Te leva onde a mente nem sempre quis mas sem dúvida a alma aptovou, mas neste barco que tem por leme o coração, seja você capitã, o prazer por destino,  posso eu também ser tripulação?

sábado, 12 de setembro de 2015

O brilho da noite

Enquanto a noite me deixava, em algum lugar dentro de mim se abria para o dia uma nova chance de ser. Deixar-te no breu ó dor e na sofreguidão da luz de um novo dia, junto com ele se abria um alegre amanhecer.

Enquanto a luz se instalava, lá naquele mesmo lugar a poeira já baixava e revelava de turva a expectativa de ver o horizonte. Quando se aprende a andar no escuro não dá pra prever a luz, se ela vai iluminar ou cegará a retina acostumada ao intervir do ouvir, a segurança do toque ou o conforto incômodo que me paralisa.

Enquanto o café coava,  eu escovava os dentes lembrando dos últimos meses, da noite de ontem e de amanhã, sim eu me lembro de amanhã. Nada difícil. Uma rotina desenfreada de nada, um emaranhado de angústia disfarçado de desafios diários que nada mais eram que palavras cruzadas sobre como seria viver uma vida.

Parado no sinal, sentado na calçada, fazendo uma canastra, lendo Jorge Amado, assistindo Almodòvar, perdido na Internet,  assando um bolo (pra quê?), cálculo integral, Maria Adelaide Amaral, álbum de fotos, o flanelinha me acorda, não importa. A vida é o que se aproveita dela pra usufruir ainda nela... Onde eu estava? Também não importa.

Enquanto a chuva caía eu via as ilusões de nuvens de Joni Mitchel me mostrando que os castelos não são meus, e seus canyons que me levam a esborrachar na realidade do asfalto lá embaixo.

Enquanto Chaplin me fazia sorrir, Maysa me fazia entender que o mundo pode até ser lindo no sorriso , mas é no choro desenfreado que despimos a alma para então sorrir de verdade, ou não, descobrir então que é de lágrimas que fizeram você. E que só precisa saber, se basta ou não deixar o som te levar pro seu universo singular onde a beleza da dor te faz cantar.

Quando a noite quis voltar, levar a luz embora outra vez, percebi que olhar pra dentro de mim inebriava minhas emoções e me fazia ver, fazia me ver,  num convexo distorcido o retrocesso do autoconhecimento que o escuro me ensinou a ignorar.

Quando enfim o sol se foi e seu brilho não  fez falta, a luz da noite que guardei escondido comigo, uma estrela, que orientava meu caminhar, tornando menos denso aquele breu, me mostrando quem sou eu nesse escuro caminhar.

Sendo dia sendo noite, sendo riso, sendo dor, não importa onde eu for ou se choro de saudade. Se a saudade é de ninguém,  mas se o choro me mantém, então choro é de verdade.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Egoísmo

É assim, estar aqui é como te ver em mim
Respirar a vida
Ter você, foi mais que amor foi como nascer em mim existir pro mundo

Fundo, morrer por dentro quando você partiu
Te deixar levar
Quem sou eu?
A esperança de te ver voltar
Ocupar seu lugar.

Volta e faz amor comigo
Fica, ser meu amigo
Pega, não há perigo
Se quiser
Vai ser pra sempre

Quando quis
Falar da dor
Dizer, não tô feliz
Você não imagina

O que senti, não foi tão certo
Mas foi tão real
Não foi egoísmo

É querer,
É pra fazer sorrir
Para te dar a mão
Para te amar e fim

Volta e faz amor comigo
Fica, ser meu amigo
Pega, não há perigo
Se quiser
Vai ser pra sempre

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Por onde andava...

Que luz é esta e vem de onde? Vem de quem? Vem pra mim?
O quão nova e já não mais, pois agora perto estás defronte assim.
Traz a chance então de ser.
Traz a graça de viver.
Estava ali e nunca vi.

E também não poderia
Ser assim no tempo atrás.
Pra viver o novo dia
Fui buscar sabedoria, só o tempo contumaz.

Mas agora olhar você
Seu sorriso de bebê
Os seu olhos de esperança.

Jás menino não é mais
És louvável de sagaz
Sem deixar de ser criança

Se formou em homem forte
Quem diria? Trouxe o Norte
Minha vida sem destino

E nos traga boa sorte
E que nada mais importe

No horizonte dessa andança.